sexta-feira, março 25, 2005

D. Duarte, rei e filósofo (3/3)

8. Livros desaparecidos, livros encontrados

Uma das questões que se colocam, ainda hoje, quanto ao destino das mais de oito dezenas de espécies que integraram a Livraria de D. Duarte, é quais delas conseguiram - devido a sucessos de vária ordem - chegar até aos nossos dias.

Já em 1892 (curiosamente quando decorria mais um centenário natalício do monarca) Teófilo Braga republicava estas conclusivas palavras de Alexandre Herculano em 1840:

Dos livros que ajuntou D. Duarte, apenas sabemos da existência do intitulado Côrte Imperial e de um fragmento do Regimento de Príncipes. Tudo o mais quase com certeza se poderia talvez dizer que, ou o tempo consumiu, ou jaz sepultado por Bibliotecas estrangeiras como sucede às obras do mesmo monarca (26).

É hoje suficientemente conhecida a obra de Corte Enperial (sic), sobretudo após os estudos de J. M. da Cruz Pontes (27). Não deixa de constituir, no entanto, séria interrogação, a localização de grande parte dos códices descritos na relação atrás apresentada.

Entre esses códices sobreviventes - para além do da Côrte Enperial, que se conserva na Biblioteca Pública Municipal do Porto - somos levados a pensar sobre o destino de alguns outros como o Livro da Virtuosa Benfeitoria e o Livro dos Ofícios. Quanto ao primeiro, conhecemos a espécie que integra as colecções da Biblioteca Pública de Viseu e de que já anteriormente falámos. Terá sido esse cimélio o que integrou a Livraria de D. Duarte?

Quanto ao segundo, o grande filólogo Joseph-Maria Piel descobriu a espécie que se conserva na Biblioteca Nacional, em Madrid. Terá sido também essa valiosa fonte que pertenceu ao Eloquente?

É muito provável que alguns dos códices que estão referidos no inventário da Livraria de D. Duarte tenham chegado até aos nossos dias. Só um rastreio, profundo e sistemático, de diversas das espécies que se encontram em alguns dos nossos mais importantes arquivos e bibliotecas com a designação presente nesses inventários ou com outra - permitirá, estamos certos, a descoberta de outras obras que tenham sido pertença de tão culto monarca.

Algumas dúvidas importantes continuarão, no entanto, durante muito tempo, por esclarecer. Uma delas é a do texto Maneira de ler pelos livros dos Evangelhos, "alcobacense".

O Prof. Aires do Nascimento regista - com a precisão que lhe é conhecida - que se trata de um manuscrito integrado num códice do século XV. Estamos em crer que sim e as reflexões que vamos traçar poderão trazer alguma luz quanto à sua eventual (e remota) origem.

A questão que colocamos, à partida, é se este manuscrito não poderá ter sido o resultado de meditações e leituras desenvolvidas pelo próprio rei durante a sua estadia nesse mosteiro de Alcobaça... Tal poderia, eventualmente, ter ocorrido na segunda quinzena de Agosto de 1434, em que aí esteve - conforme nos referem os seus Itinerários (28) - ou em períodos imediatamente anteriores, conforme se infere dessa mesma publicação, isto é, os dias seguidos a 29 de Agosto de 1433, 28 de Outubro do mesmo ano ou, ainda, 17 de Agosto de 1435. A confirmar-se (documentalmente) esta nossa hipótese, a data mais provável poderia ser a da segunda quinzena de 1434, em que a estadia de D. Duarte foi mais prolongada nesse mosteiro.

9 - Um filósofo mais da paz do que da guerra

A pendência espiritual cristã de muitos dos escritos de D. Duarte como - o "alcobacense" atrás referenciado - permitem ver em Duarte mais um filósofo da paz do que da guerra. Mais de um século antes da publicação, por parte de Erasmo de Roterdão, do De Bellum, o rei Eloquente perfila-se, nessa primeira metade do século XV, como um filósofo de pendor humanista (ou pré-humanista). O seu pensamento pode, assim, de igual modo, ser perspectivado à luz do ideário de outros escritores do seu tempo.

Vistas hoje - à distância da mentalidade desse período de quatrocentos - as preocupações religiosas e filosóficas que transparecem nas obras do rei-escritor D. Duarte e nas do intelectual florentino, Leonardo Bruni (29), parece existir entre elas, alguns pontos de contacto.

Ambos viveram, como é sobejamente conhecido, num ambiente cortesão. Essa vivência fê-los reflectir, de alguma forma, nos seus escritos, a sociedade - e, mais do que isso, os ideais sociais e culturais - de onde emergiram.

Quanto a Bruni, cognominado o Aretino (não confundir com Pedro Aretino) a ele ficaram a dever-se, entre outros trabalhos também de inspiração senequista, uma História de Florença até 1404. Em tal obra deste autor - 23 anos mais novo que D. Duarte - reflecte-se fundamentalmente, de facto, uma sociedade de Côrte, para utilizarmos uma expressão tão cara a pensadores como Norbert Elias.

Quanto a D. Duarte, essa sociedade de Côrte está patente, essencialmente, no seu tratado de equitação para a nobreza, Ensinança de Cavalgar toda a Sela. Tal códice, que integrou a sua Livraria como vimos, foi escrito seguramente quando o autor era ainda Infante.

E é caso para nos questionarmos: terá o Infante conhecido os textos de Bruni? Tudo indica que não. Isso embora exista, na Livraria de Alcobaça (hoje na BN) um códice do século XV, contendo uma obra de Leonardo Bruni, De Bello Italico Adversus Gothos, onde a perspectiva humanista do seu autor já está presente.

Sendo o tratado da Ensinança... escrito - tudo o parece indicar - antes do Leal Conselheiro, estamos em crer que esta segunda obra já atesta uma maior maturidade intelectual de D. Duarte. E sabendo-se que foi cerca de 1435 que Leonardo Bruni terminou a sua nova tradução de Aristóteles, iniciada por volta de 1417, é bem provável que a redacção do Leal Conselheiro e a tradução referida possam ser situadas em períodos não muito distintos.

Pesem embora algumas críticas de circunstância, nem sempre muito fundamentadas (por desenquadradas do período em que a obra foi escrita), feitas ao Leal Conselheiro, continua a ser nossa convicção que, por esse trabalho, D. Duarte se agigantou, nas letras pátrias, ao mesmo nível que Leonardo Bruni na Florença que viu crescer, intelectualmente, Giovanni Pico della Mirandola.

10 - Um pensador e uma obra para o futuro

Poder-se-á dizer, em conclusão, que, em termos de História Cultural portuguesa, pouco se conhece, ainda, da verdadeira personalidade - e perfil psicológico e criativo - de el rei D. Duarte, o Eloquente.

É por demais evidente que, nesses fins da Idade Média portuguesa - o mesmo sucedendo em relação a distintas figuras do ocidente europeu do período de quatrocentos - muitas interrogações permanecem (grande parte delas, porventura, nunca encontrarão resposta). O homem medieval, tal como se veio a verificar também no Renascimento (e um pouco em todas as idades do Homem) continua a apresentar-se-nos, afinal, como um ser em processo, entre os terrenos e uma divindade próxima-distante.

A acção de D. Duarte, como intelectual empenhado e activo, ainda se encontra, de facto, verdadeiramente por estudar. Pesem, embora, os significativos contributos dados por Joseph-Maria Piel, Mário Martins e alguns outros.

Conforme sublinhou, no século passado, o Visconde de Santarém (30), D. Duarte poderá, de alguma forma, ser comparado - através da sua acção prodigiosa no campo das letras pátrias - a Lourenço de Médicis. Este investigador oitocentista centrou tal opinião comparativa em algumas linhas de força: o grande amor pela escrita; o terem incentivado ambos a criação de uma grande biblioteca; e o terem feito gravitar à sua volta um certo número de intelectuais distintos.

Em relação a esta última premissa, poder-se-ia apontar o caso do grande Mestre de Astrologia, de nome Guedelha. Em 1433, no dia imediato ao da morte de D. João I, na cerimónia de entronização de D. Duarte (31), esse conhecido astrólogo, judeu, notou que condições não favoráveis aconselhavam, então, que tal cerimónia fosse marcada para outro dia.

Rui de Pina, a este respeito, testemunha que nesse dia [15 de Agosto de tal ano], se chegou a ele Mestre Guedelha e lhe disse:

(...) pesso-vos por mercee, que este auto [de entronização} dilatees atee passar o meo dia, e nisso prazendo a Deos farees vosso proveyto, e será bem do vosso Regno, porque estas oras em que fazees fundamento seer novamente obedecido mostram seer muy perigosas, e de muy triste constellaçam, caa [porque} Jupiter estaa retrogrado, e ho Sol em decaymento com outros sinaees que no Ceu parecem assaz infelices (32).

A resposta de D. Duarte é, quanto a nós, a marca de um discurso que já não deixa antever o homem de uma Idade Média de trevas, mas o cultor de um Humanismo pré-renascentista:

(...) eu nom duvido [dirigindo-se a Mestre Guedelha} que ha Astronomia seja boa, e huma das Sciencias antre as outras permitidas e aprovadas, e que os Corpos inferiores são sogeytos aos sobrecelestes; porém ho que principalmente creo, he seer Deos sobre todo, e que com sua maoõ, e ordenança sam todas as cousas: e por tanto este Carguo que eu com sua graça espero tomar, seu hée em seu nome, e com sperança de sua ajuda ho tomo, aelle so me encomendo, e aa Bemaveturada Virgem Maria Sua Madre Nossa Senhora, cujo dia oje he, e com muita devaçam e devida humildade peço a Deos que me ensine, favoreça, e ajude a governar este seu pôvoo, que me ora quer encomendar como sentir que seja mais seu serviço (33). [Veja-se que o culto mariano em D. Duarte foi já analisado, atrás, neste trabalho, ponto 1].

Estas palavras atribuídas por Rui de Pina a D. Duarte são apanágio de um espírito já embebido dos ideais do Humanismo pré-Renascentista, repetimos. Elas poderiam ser assumidas, de igual modo, quando Marsilio Ficino, em Florença, do alto do púlpito da igreja que lhe estava confiada, exortava os fiéis a seguirem os mandamentos de Cristo, e a tomarem a Virgem e os santos como seus modelos de espiritualidade.

Tanto D. Duarte - à semelhança de Ficino - está imbuído já do espírito de um pré-Humanismo cristão, tal como afinal, pelas suas ideias, Fournival, Mestre Guedelha ou Apuleu de Madaura, nos remetem aos distantes tempos da Antiguidade e da Alta Idade Média.

Um confronto de ideias situa-se verdadeiramente, entre a Idade Média e o pensamento pré-humanista de D. Duarte. Neste período de ruptura - ou seja como barreira entre esses dois estádios de pensamento - situam-se as reflexões tecidas, nesse período de quatrocentos, em torno de Hermes Trimegisto.

Se por outros meios o rei Eloquente não tivesse conhecido tal obra, um deles é o tratado da Côrte Enperial, que integrou a sua livraria e porventura terá lido. No manuscrito português [portuense] estudado por Cruz Pontes desenrola-se, a dado passo, uma "apologética fundada nas conjugações dos astros" (34), preconizada também por aquele judeu da côrte de D. Duarte e de igual modo presente num poema de Fournival (35).

No mesmo manuscrito português não deixa também de se evocar Hermes Trimegisto, "nesse escrito atribuível ao século III e ao neoplatónico Apuleu de Madaura, o Logostileos", já usado por Santo Agostinho (36).

No século XV, tal como admite Eugénio Garin (37) - baseado, fundamentalmente nos estudos sobre Hermes Trimegisto, de Festugiere (38) e de Delatte (39) - vive-se uma questão fundamental, ou seja,

da ligação entre momento teorético e aplicação prática do conhecimento do cosmos, tanto na esfera celeste como na elementar: Aproxima-se, ao mesmo tempo, da delicada charneira que une astrologia e magia operativa ("a parte prática da ciência natural"); apresenta-se sobre o enredo dos laços entre configurações celestes e forças psíquicas, entre imaginações e emoções, entre sinais e influências corpóreas. Entra-se no âmbito da chamada ciência das imagens, das cerimónias mágicas e dos talismâs. Pode ler-se no Speculum: "Parti autem electionum dixi supponi imaginum scientiam, non quarumcumque sed astronomicarum". No centro, Hermes: "ex libris quoque Hermetis, est liber imaginum Mercurii, in quo sunt multi tractatus, unus de imaginibus Mercurii, alius de characteribus ejus, alius de annulis, et alius de sigillis". Nem este aspecto do hermetismo se pode separar do outro, "teológico", destinado a tanto êxito na segunda metade do século XV, mas insinuando-se já, pelos canais mais insuspeitados, nos finais do século precedente (40).

Esta longa citação de Garin adequa-se, perfeitamente ao espírito de D. Duarte. No seu discurso, de 1433, dirigido ao judeu astrónomo Mestre Guedelha, está já patente - de uma forma inequívoca, a nosso ver - esse assumir de um hermetismo teológico, que virá a ser desenvolvido por humanistas florentinos de finais de quatrocentos, como Giovanni Pico, em tratados sobre a astrologia divinatricem ou em Marsilio Ficino, esse outro estudioso de Hermes Trimegistro e do Picatrix de ressonância peninsular.

Nessas primeiras décadas do século XV - em que, no espírito de D. Duarte, o universo medieval se debatia com os ideais de um Humanismo pré-renascentista - toda a envolvência de um pensamento cristão não estava ainda isenta, afinal, de toda uma prática adivinhatória ancestral. O espírito que triunfa desse debate não deixa de ser, afinal, o de um homem que faz adivinhar - também ele - o Renascimento que se aproxima por via da cultura italiana e dos seus mais avançados filósofos.

S. Pedro do Sul (Gerós), Setembro de 1990

DOCUMENTO ANEXO

De que guisa se deve leer per os livros dos avangelhos, e outros semelhantes, pera os leerem proveitosamente


I -A hua ora nom leaaes muyto, mas boa parte menos do que poderdes, assy que se poderdes aturar leer doze folhas, nom leaaes mais de tres ou quatro. E aquestro he por o entenderdes melhor, e o passardes mais tarde, e vos enfadardes delle menos. Devees algüas vezes provar de leer, ainda que vos pareça que nom avees voontade, e sentyndovos sem ella, a hua ora nunca muyto perfiees, por que traz fastio e avorrecimento. Mas husando a mehude, e nom muyto juntamente, he melhor quando leerdes mais passo do que avees custumado, e bem apontado. Quando algüa cousa nom poderdes entender, nom vos detenhaaes muyto, por que nom ha meestre em theolosia que todo perfeitamente entenda, mas passae adiante e tomaae o que deos vos der, conhecendo que nom sooes pera lhe dar perfeito entendimento, mes que o filhaaes com protestaçom daver sobr'ello firme creença, como determyna e manda a ssancta igreja, e que, se o contrario do que a vos parece ella manda que se crea, que vos assy o teendes firme entençom do creer, ainda que o nom possaaes daquella guysa entender.

II - Destas cousas que assy nom entenderdes, nom vos embarguees de muyto preguntar, por que sabee certamente que taaes hi ha que poucos a ssabem, e melhor he pera vos passar per ellas e fazer conta que as nom vistes, que por dicto de alguu que avera empacho de vos mostrar sua myngua, filhardes tal teençom qual teer nom devaaes. Mes se alguas quiserdes saber, sejam perguntadas a certas e a taaes pessoas que sejam avydas por boas em vidas e de boo e grande saber, e a outras nom.

III - Posto que alguu boo livro todo leaaes, nunca vos enfadees de tornar a o leer, por que alguas cousas entenderees sempre novamente, que vos farom proveito. E pensaae que o sseu leer he obra meritória, e porem he bem, assy como vos nom enfadardes de rrezar alguas vezes o pater noster, assy algua cousa cada dia leerdes per el; e nunca tanto tempo leerees, se teverdes boa teençom, que leyxees dachar cousas que vos novamente prazam, ainda que as ja lessees.

IV - Por muyto que dei saibhaaes, nunca perfiees com gente da vossa ley, ou fora della. Leedeo pera vos principalmente, e aquesto pera aprenderdes e folgardes em boas cousas leer, e despenderdes algüa parte do tempo em bem fazer, e pera enssynardes algüus que vosso boo consselho queiram filhar.

V - Nom tenhaaes alguas teenções assy firmadas na voontade, que todo quanto leerdes queiraaes torcer pera concordar com ellas, mas aalem daquellas que per ffe e determinaçom da sacta igreja avees firmemente creer, outras per vos nom tenhaaes nem filhees, mes em todo vos fazee livre pera receberdes qual quer boo consselho e determynaçom, que per livros aprovados achardes, e vos der tal pessoa de que o devees filhar. E aquesto vos tirara com a graça de deos muytos errores em que alguus caãe por se nom avysarem.

VI - Item, quando for a determynaçom do que leerdes duvidosa, prazavos de a leixardes em duvyda, e nom vos quererdes afirmar em algüa parte, conhecendo que algüas cousas certamente avemos outorgar per ffe e obediencia, e per razom outras negar, e dalgüas seermos duvydosos, e nom em certa determynaçom. E por esto dizem que melhor he duvidar, que sandyamente determynar.


(26) Alexandre Herculano, in artigo cil. [Panorama, IV]; e Teófilo Braga, op. e vol. cil.
(27) J. M. da Cruz Pontes, Estudo para uma Edição Critica do Livro da Corte Enperial, Coimbra. Instituto de Estudos Filosóficos da Universidade, 1957.
(28) Ver Humberto Baquero Moreno, Itinerários de El-Rei D. Duarte, edição cit. atrás in nota 16 (1ª parte).
(29) Leonardo Bruni viveu entre 1369 (pelo que era 23 anos mais novo do que D. Duarte) e 1444.
(30) Na introdução à edição do Leal Conselheiro, de Roquete, de 1892.
(31) Informa Rui de Pina (ver nota seguinte) que a cerimónia de entronização de D. Duarte decorreu "em um magestoso teatro que se levantou junto do Palácio da Alcáçova", em Lisboa.
(32) Veja-se esta passagem in Crónicas de Rui de Pina, Porto, Lello & Irmão Editores, colecção Tesouros da Literatura e da História, 1977 [obra com edição e revisão de M. Lopes de Almeida), pp. 492-493.
(33) Rui de Pina, idem, p. 493.
(34) J. M. Cruz Pontes, op. cit., p. 175.
(35) Idem, ibidem.
(36) Idem, p. 176.
(37) Eugénio Garin, O Zodíaco da vida, a polémica sobre a astrologia do século XIV ao século XVI, Lisboa, Editorial Estampa, 1987, pp. 57-58.
(38) A. J. Festugiêre, Le révelation d'Hermes Trimegiste, I - L 'astrologie et les sciences occultes, avec une appendice sur I'Hermetisme Arabe, por L. Massignon, Ed. Gabalda, Paris, 1944.
(39) Ver Textes latins et vieux français relatifs aux Cyranides, sobretudo, nas págs. 237-288, o Liber Hermetis de quindecim stellis, quindecim lapidibus, quindecim herbis et quindecim imaginibus, na edição de L. Delatte, Paris, Belles Lettres, 1942. Esta e a fonte da nossa nota anterior foram-nos pessoalmente indicadas por Eugénio Garin, quando com ele trabalhámos em Florença, em fins de 1987.
(40) E. Garin, op. cit., p. 58
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