segunda-feira, abril 18, 2005

VIRIATIS - vol. I, nº II, ano de 1957 (10/12)

A LÁPIDE ROMANA DO BURGO

CANDAL, s. Pedro do Sul

Em 3 de Abril de 1952, quando Manuel Cristóvão de Pinho, revolvia diversos pedregulhos e terra, no lombo do Burgo, da freguesia serrana do Candal, do concelho de S. Pedro do Sul, foi encontrado um túmulo, com cerca de 1m,70 de comprimento, 0,65 de largura por 0,5 de profundidade.

As paredes laterais eram constituídas por paramentos de alvenaria e a tampa formavam-na duas lages. Numa das paredes laterais apareceu a lápide romana que se reproduz e hoje se encontra depositada na galeria epigráfica do Museu «Grão Vasco».

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Este achado já foi noticiado na revista «Beira Alta», vol. XII, pág. 159, e vol. XVI, pág. 199, mas a sua leitura não corresponde ao texto correcto da inscrição que, novamente, lemos.

A lápide de granito apresenta as seguintes dimensões: 85 x 46 x 15 cm, tendo a letra 7 cm de altura.

A epígrafe desenvolve-se por 6 linhas, havendo um nexo no fim da 2ª linha, onde vemos a contracção de um A e N.

L . VAL . CA
MPAN
VS . AR
COBRIG
ENSISH
IC . S . EST

Significa: L(ucius) . VAL(erius) . CAMPANVS . ARCOBRIGENSIS HIC . S(itus) . EST.

E em vernáculo: Lúcio Valério Campano, Arcobrigense, está aqui sepultado.

Tem esta lápide certo interesse.

Não só nos lembra a deslocação de um Arcobrigense, natural da cidade de Arcóbriga, nas proximidades da actual Saragoça, até terras da Lusitânia, como também permite a forte suposição da existência de um caminho romano nas imediações do local do achado.

R. C.
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