segunda-feira, abril 18, 2005

VIRIATIS - vol. I, nº II, ano de 1957 (11/12)

PESQUIZAS ARQUEOLÓGICAS SUBMARINAS, NO ATLÂNTICO

Um mero acaso fez com que se iniciasse a recolha, em plena costa atlântica, de objectos provenientes do naufrágio de uma nave romana no enfiamento do estuário do Mondego, ao largo da Figueira da Foz.

Um barco da pesca do alto, deixou, por qualquer circunstância, roçar pelo fundo das 70 braças, a sua rede de arrasto. Ao recolher o lanço, entre o pescado surgiu um fragmento dum vaso de cerâmica romana.

Chegada a notícia ao meu conhecimento, muito me interessou o achado e convenci o mestre do arrastão a bater bem o local com a sonda eléctrica, e desta forma se conseguiu localizar no fundo, meio enterrado na vasa, os restos da nave naufragada.


Dolium romano, recolhido ao largo da barra da Figueira da Foz

Com todas as cautelas, apesar de não se conhecerem pedras nas imediações, deixava-se assentar a fímbria da rede no fundo e roçagando de vagar, tinha-se a sorte de em alguns lanços arrancar os dolia e as anforae meio enterradas no lodo do fundo.

Alguns fragmentos se foram recolhendo, até que, por receio de causar dano às custosas redes de arrasto, se abandonaram as pesquisas que prometiam amplos resultados. Para o seu prosseguimento tornava-se indispensável um escafandro autónomo que pudesse descer às 70 braças de profundidade além do necessário material de navegação e apoio que não possuíamos.

Pelos vasos recolhidos pode permitir-se a ilacção da exportação de vinho e azeite pela barra da actual Figueira da Foz, durante o domínio romano.

R. C.
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