por Fernando Russell Cortez, Bolseiro do Instituto de Alta Cultura
Em Novembro de 1948 tive ensejo de estudar as lápides romanas da colecção do Museu de Chaves, a pedido do então Presidente da Câmara, Exmo. Senhor Alferes Cantista, pessoa a quem preocupava o precário arrumo da colecção local de arte e arqueologia e muito se interessou por dar uma instalação condigna ao Museu Flaviense.
Do trabalho de inventário, prévio à projectada instalação definitiva do Museu, resultaram os apontamentos hoje publicados.
A maioria destas lápides já foram recolhidas por Hübner e seus continuadores, ou publicadas pelo Coronel Mário Cardoso (1) que em Chaves viveu largos anos como comandante da guarnição militar.
Têm o maior valor para a história do Município Romano de Aquae Flaviae, e para o estudo da romanização do Norte de Portugal.
Para facilidade de arrumo agrupam-se estas epígrafes romanas, mais ou menos de acordo, com a natureza dos seus titulos: VOTIVAS, FUNERÁRIAS, COMEMORATIVAS e VIÁRIAS.

1,2
3,4
Lápides romanas do Museu de Chaves
VOTIVAS
1 - Proveniente de CHAVES - Encontrada na margem esquerda do Tâmega, mergulhada em parte no rio, a cerca de 150 metros a montante da Ponte de Trajano.
Dimensões:
Lápide 81 x 42 x 40 cm
Epigrafe 33 x 39 cm
Letra 6,7 a 8 cm
I . O . M
VAL . REBV
RVS
SACRVM
P.L
I(ovi) O(ptimo). M(aximo) VAL(erius) REBURUS SACRUM P(osuit) L(ibens).
Do lado direito uma outra legenda da qual se lêem algumas letras FLu SOPu (P U)
2 - Recolhida em VILARELHO DA RAIA - Abandonada na estrumeira de uma casa de lavoura.
Dimensões:
Lápide 67 x 22 x 20 cm
Letra 7 cm
Deu entrada no Museu de Chaves por interferência do Sr. Dr. Francisco de Barros.
Esta ara votiva consagrada a Júpiter Optimus Maximus, já foi publicada pelo Sr. Coronel Mário Cardoso, sob o nº 6, pág. 20 do seu estudo «Algumas inscrições Lusitano-Romanas da região de Chaves, dando-a de dificil, senão de impossivel leitura, pois apresenta os caracteres das linhas 4 e 5 quase totalmente obliterados. A acrescer a esta dificuldade insuprivel, a ara foi invertida e, consequentemente, o texto foi lido de pernas para o ar. O sucedido era facilitado, pois este monumento tem a sanca da base de menor modulo do que a da parte superior.
A leitura proposta por Mário Cardoso - IIASOS / SAIV NISC / - - - /ISOH / IOAXF / EV.O.S - deve ser corrigida para:
I. O . M
EX VOTO
R O FI. .
. . . . F
5) . . . S L V
NOLVS
POSVIT
com reserva para a leitura das linhas 4 e 5. Encontrando-se no final da 6ª e 7ª linhas a fórmula votiva: Libens votum s0lvit posuit.
3 - Proveniente de CHAVES - Apareceu em 1935 nas demolições do Quartel de Caçadores nº 5. Oferta do Capitão António de Magalhães.
Dimensões:
Lápide 80 x 50 x 35 cm
Letra 6 a 8 cm
MATRI
DEVM
GELASIVS
CAESARIA
4 - Proveniente de CHAVES - Recolhida a 80cm de profundidade, em 1929, quando procediam a obras municipais na Travessa da Farmácia.
Dimensões:
Lápide 68 x 32 x 25
Letra 5 e 6 cm
VENERI
VICTRICI
LA . Ex . VI
A R P
Na linha 4, L A deve ser o nome da dedicante, como queria Leite de Vasconcelos, uma vez que o sinal de separação é distinto da abreviatura de E x V I S U pelo que devemos ler aram posuit. Se L A traduzir L (ibens) A (mimo) na linha 5 deve antes ler-se ara posita.
José L. Vasconcelos. Arch. Porto XXVIII, 142 ss.
Fº M.el Alves - Mem. Arq. Hist. do Dist. de Bragança IX.
L. Fernandez Fuster, La formula «ex visu» en la Epigrafia Hispanica. A. E. A, 80.

5,6
7,9
Lápides romanas do Museu de Chaves
5 - Proveniente de OUTEIRO JUSÃO, SAMAIOES - Em 1932 servia de suporte à pedra do altar-mor da Igreja de Outeiro Jusão, a 2,5 km a Sul de Chaves. Oferecida ao Museu pelo Revº Silvino Rodrigues da Nóbrega.
Dimensões:
Lápide 91 x 47 x 31 cm
Letra 3,5 a 5,5 cm
INSIDI
CORNELIA
SATVRNINA
E x . V O T O
Tem sido interpretada como um voto a ISIS.
6 - Proveniente da GRANGINHA - Servia de suporte à lareira de uma casa desta povoação, sita a 2 km a S W de Chaves. Oferta ao Museu, de Leopoldo Coelho Russel Cortez.
Dimensões:
Lápide 67 x 41 x 23 cm
Letra 5 a 8 cm
LARIBVS TAR
MVCENBACIS
CECEAECIS
RARIVS RAUU
VSLM
C. I. L., II nº 2472
J. L. V. Rel. Lus. II, 179
7 -- Proveniente de CHAVES - Recolhida .pelo benemérito reorganizador do Museu de Chaves, Dr. Júlio Gomes.
Dimensões:
Lápide 43 x 36 x 25 cm
Letra 3 a 7 cm
MVNIDIIM
LV VAREC
RVS . Ex VOT
Esta epígrafe, inédita até ao presente, está gravada numa lage de granito. Bastante mutilada; a sua moldura superior foi desbastada e a base falta completamente.
O texto votivo distribui-se por 3 linhas:
1.ª - Em caracteres, menores que os das outras duas regras, vemos um M seguido de um V, de um N em que a haste vertical da direita excede a altura da letra e pode considerar-se com o nexo N I; depois um D e um E, representado por I I. Finalmente aparece um M.
Nos cinco primeiros caracteres penso estar o genitivo do nome da divindade MVNIDE.
Tal invocação não é desconhecida no Panteão pré-romano Peninsular; foi encontrada em Arroyo deI Puerco, Talavan, Cáceres - Catálogo Monumental de Cáceres, 149. Pedro Batle Huguet. Epigrafia Latina, 225. António Tovar e Joaquim Mª de Navascues, Algunas consideraciones sobre los nombres de divindades del Oeste Peninsular, nº 132, id. id. Bol. Real Acad. Hist. LXIV, 306. Na Idanha-a-Velha - Femando de Almeida, Egitania, pág. 143.
2ª - Com a última letra da 1ª linha, M, e o primeiro sinal gráfico muito pouco vulgar, existente nesta regra, eu penso encontrar a abreviatura do praenomen do dedicante MA N I U S (?) a que se segue o nome V A R E C R U S, constituído por 5 caracteres da 2ª linha e os três primeiros da 3ª linha.
Os caracteres finais da 3ª linha grafam uma das consabidas fórmulas votivas E x V O T (o) . A transcrição pode justificar a seguinte leitura:
MVNIDE MA(n)IVS VARECRVS Ex VOT(o)
8 - Proveniente de CHAVES - Campo da Roda.
Dimensões:
Lápide 82 x 26 x 16 cm
.......
REVA
.......
Oferecida ao Museu pelo Dr. Francisco de Barros.
9 - Proveniente de TRÁS MINAS. Oferta do Dr. Júlio Gomes.
Dimensões:
Lápide 72 x 37 x 35 cm
Letra 6 a 7 cm
A D B V
.......
.......
.......
A.X - - - -
SMDI . VSL . M
Lápide inédita, mas de quase impossível leitura pela espessa camada de cimento com que foi pintada. No entanto, o seu carácter votivo é-nos indicado pela fórmula da última linha.

13, 11
10, 12
Lápides romanas do Museu de Chaves
10 - Proveniente de CHAVES - Fragmento de lápide votiva achada em 1935, durante as demolições do Quartel de Caçadores 5. Oferta do Sr. Capitão António de Magalhães.
Dimensões:
Lápide 63 x 53 x 12 cm
Letra 8 a 9 cm
.... SDI
COS
. L P
FUNERÁRIAS
11 - Proveniente de CHAVES - Estela funerária recolhida nas alvenarias demolidas, durante as obras de 1935, no Quartel de Caçadores 5. Oferta do Capitão António de Magalhães.
Dimensões:
Lápide 80 x 38 x 21 cm
Letra 5 a 7 cm
REBVRRVS
VIRIATIS
INTERAMICVS
A lápide é rematada por um trisceles e encontra-se fracturada e incompleta.
12 - Proveniente de SEGIREI - Lápide sepulcral, em xisto amarelado, encontrada nos trabalhos executados perto do poço desta povoação que se situa no extremo N E do concelho de Chaves. Oferta ao Museu do Dr. Júlio Gomes.
Dimensões:
Lápide 56 x 33 x 8 cm
Letra 2 a 3 cm
D M S
SENECIAN
A XXV
13 - Proveniente da PASTORIA - Casas Novas - Segundo Argote, I, 294, esta lápide, de grande tamanho, foi encontrada numa veiga, entre as povoações de Pastoria e Casas Novas. Posteriormente recolheram-na na casa de Bobeda. Oferecida ao Museu pela Exma. Senhora D. Maria de Lacerda Xavier Pizarro.
Dimensões:
Lápide 1,80 x 64 x 25 cm
Epígrafe 70 x 50 cm
Letra 5,5 a 8 cm
CAMALVS
BORNI. F .
HIC . SITVS
EST ANNOR
+++ . ETS . )TARBU
FRATER . FACIE
NDV CVRAVIT
Hübner transcreveu erradamente de Argote, na 2ª linha BURNI por BORNI. Como refere Mário Cardoso as 5ª e 7ª linhas estão obliteradas, mas não tanto que não possam ser lidas.
No começo da linha 5 o numeral III é cortado por um traço horizontal, pelo meio do corpo das letras.
Segue-se um E, depois um T, seguido de um S, que bem podem significar E(x) T(estamento) S(uo).
Não podemos como fez Hübner, ligar o S à palavra seguinte, por ser bem nítido o ponto separativo.
Não podemos, pois, continuar a ler no final da 5ª linha S ) T A R B I pelo que atrás fica dito e igualmente por a última letra não ser um I antes um U com as hastes muito próximas; dada a carência de espaço, o lapicida quase a confundiu com o sulco que orla a cartela onde a inscrição foi gravada.
Parece-me poder ler-se ) T A R B U, interpretando como significando centuria T A R B U (m).
Nas outras linhas não vemos dificuldade e lemos FRATER . FACIENDV(m) CURAVIT.
Propomos a leitura corrigida: CAMALVS BORNI . F(ilivs) . HIC . SITVS . EST ANNOR(um) +++ . E(x) T(estamento) S(uo). ) TARBU(m) FRATER FACIENDV(m) CURAVIT.
Argote, Memórias, I, 294 - C.I.L.II nº

14, 15
16, 17
18, 19
Lápides romanas do Museu de Chaves
14 - Proveniente de CHAVES - Lápide funerária encontrada nas demolições do Quartel de Caçadores 3 - 1935. Oferta do Sr. Capitão António de Magalhães.
Dimensões:
Lápide 48 x 53 x 25 cm
Letra 9 cm
LAVCIA
RVFINI
LAVCI
15 - Proveniente de CHAVES - Lápide funerária, encontrada em 1935, durante as obras no Quartel de Caçadores 3. Oferta do Sr. Capitão António de Magalhães.
Dimensões:
Lápide 47 x 52 x 27 cm
Letra 10 cm
LAVCIVS IR . RVFIN
VCI . RUF
PATRI
......
16 - Proveniente de CHAVES - Fragmento de lápide funerária,da Cidade de Chaves, mas de localização ignorada.
Dimensões:
Lápide 60 x 62 x 32 cm
Letra 5 a 7 cm
I MARIA
A ET . FRATER
SASSI
C.......
A primeira linha está mutilada, mas lê-se perfeitamente os restos das letras correspondentes a M A R I A.
Na 3ª linha leio S A S S I. No princípio da 4ª regra diviso os restos de um C que bem podia pertencer à palavra C (uravit).
17 - Proveniente de CHAVES - Cipo arciforme encontrado enterrado nas proximidades do adro da Igreja Matriz. Entre o ângulo N W da fachada principal da matriz e a esquina
fronteira onde está instalada a Sociedade Flaviense.
Dimensões:
Lápide 1,17 x 40 x 20 cm
Letra 12 a 15 cm
EV . VAN . THI
18 - Proveniente de CHAVES - Cipo arciforme recolhido em 1931, durante as obras no Quartel de Caçadores 3.
Oferecida ao Museu pelo Sr. Capitão António de Magalhães.
Dimensões:
Lápide 80 x 45 x 32 cm
Letra 12 cm
MAXELAN
NI
19 - Proveniente de CHAVES - Fragmento de lápide romana, de significado incerto.
Dimensões:
Lápide 75 x 40 x 13 cm
Letra 9 a 10 cm
) . L V
ANDO

20, 21
22
Lápides romanas do Museu de Chaves
COMEMORATIVAS
20 - Proveniente de Chaves - Lápide comemorativa, encontrada- em 1935, nas obras do Quartel de Caçadores 3. Oferecida ao Museu pelo Sr. Capitão António de Magalhães.
Dimensões:
Lápide 86 x 60 x 34 cm
Letra 7 a 10 cm
(CONC)ORDIAI
MVNlCIP S
MVNICIPI
AQVIFLAVIE
L.VALERIVS
LONGINVS
DE . SVO
Na 1ª linha, apesar da fractura que quase a obliterou por completo, lê-se, sem sombra de dúvida C O N C O R D I A E. O último E tem as hastes horizontais bastante reduzidas, faltando o espaço ao abridor, que então dobrou a letra sobre a espessura da lápide.
21 - Proveniente de OUTEIRO JUSÃO, SAMAIÕES - Marco de limites que em tempos esteve metido na parede de uma casa.
Bloco prismático de secção quadrangular com as dimensões de 75 x 32 x 30 cm e com inscrições em duas faces opostas, tendo a letra 8 cm.
PRAEN
Do lado oposto
COROC
Contador de Argote já refere esta lápide e outra igual que está hoje no Museu Etnológico Português como marra, limítrofe de duas populações.
Apareceram ambas estas marras em locais próximos pertencentes à actual freguesia de Samaiões.
Argote - Memórias - C. I. L. II 2489.
J. L. V. Arch. Port. XXII, 15.
VIÁRIAS
22 -- Proveniente de ANTIGO DOS ARCOS - Coluna viária, da via Braga - Astorga.
Este marco miliário de 1,30m de altura e 0,64 de diâmetro encontrava-se nesta povoação do concelho de Montalegre a suportar o telhado duma varanda do pátio da casa de Manuel Moreno, donde transitou para o Museu de Chaves.
É dedicado a Tibério e foi lavrado no ano 31 J. C. .
TI . CAESAR . DIVI . AVG . F .
DIVI . IVLI . NEP . AVG . PONT
MAX . IMP . VIII . COS . V
TRI . POT . XXXIII .
BRAC . AVG . LIX .
O letreiro, com caracteres de 10 e 12cm de altura apresenta-se magnificamente conservado.
C. I. L., 4778, Capela Miliários, pág. 91.

24, 23
Miliários do Museu de Chaves
23 - Proveniente de ARCOS, freguesia de Cervos-Boticas. Coluna viária da estrada de Braga a Chaves. Marco dos tempos de Cláudio - ano 43 J. C.. Oferecido ao Museu de Chaves pelo Dr. Júlio Gomes.
Referido por Argote e por Hübner, a minha leitura sugere algumas corrigendas.
TI . C L A V D I V S [ca] E S
S A R . A V G G [er] M A
N I C V S P O N[t] [ma]X
IMP . V COS [t]RIB
P O T III . P[p][bra]C
AVG . L....
Dimensões:
Altura 1,60.
Diâmetro 0,55.
Letra 10cm.
Argote, Memórias, II, 600 e 602; C. I. L. II 4770. Ephemeris Epigraphica, VIII, nº 218; Capela, Miliários, pág. 100.
24 - Proveniente da VENDA DOS PADRõES, Codeçoso, Montalegre.
Transcrito por Argote, nas suas Memórias, de acordo com a cópia do Bispo de Uranopolis, e já referido pelo Dr. João de Barros, no séc. XVI, a epígrafe viária é-nos apresentada como só conservando as duas últimas linhas, M P || X L I I.
Hübner no seu Corpus insere-o sob o nº 4774, Capela propõe uma restituição do texto, julgado perdido, baseado na inscrição nº 4782, de igual proveniência, atribuindo-o a Trajano e ao ano 104 J. C..
Examinando este marco, que foi recolhÍão ao Museu de Chaves por intermédio do Dr. Júlio Gomes, e submetendo-o de noite a adequada iluminação, conseguiram-se encontrar outros caracteres que muito permitem esclarecer o texto. A sua conservação é muito má, o granito está salitrado e alterado pela meteorização. Serviu de marra divisória e gravaram nele alguns petróglifos - cruzes etc..
Com as devidas reservas li:
IMP CAES DIVI
[..]ERVA[...]NE[..]VAE
[......]NO [...]G G[...]
[......) O [...) NT [..]x
[. . . . . . . . . .][ ...]P .I
M . P .
XLII
Deve, como supunha Capela, tratar-se de um miliário do tempo de Trajano. A sua data é conjectural por não haver dados certos. Se o IMP for o 1º seria de 97, senão é de 102 J.C.. Parece-me poder atribir a primeira data pois de 102 J. C. foi encontrado neste local o miliário que se segue.
Assinalou já de resto Capela que a contagem não deve ser considerada a partir de Bracara, pois que uma outra Coluna vial de Cláudio, C. I. L. II, 4771, recolhida na mesma freguesia só refere XXXV milhas.
Dimensões:
Altura 2,24.
Diâmetro 0,55
Letra 8cm.
João de Barros, Geografia de Entre Dauro e Minho, Argote, Memórias, 987,II,604. Capela, Miliários pág.117, C.I.L.II, 4774.
25 - Proveniente da VENDA DOS P ADROES, Codeçoso, Montalegre.
Coluna viária oferecida ao Museu pelo Dr. Francisco de Barros.
Deve ser de Trajano e do ano 102 J. C..
A minha leitura completa a transcrita por Hübner, nas linhas 1, 2 e 5.
[........]ESAR B
[....]NERVA[e]. [..]
[......] . AVG . GER . [......]
[..]ONTIF MAX [....]
TRIB . POT VII IMPIV
[...]VIS [........] 102 J.C.
M[..] [....]
Argote, Memórias II pág. 604; C. I. L. II 4782; Capela, Miliários, pág. 117.
26 - Proveniente da PASTORIA, entre Chaves e Boticas - Coluna viária, de Trajano, muito mutilada, lida correctamente por Capela.
[. . . . . . . . . . . . . . .]
[. . .] I NERVAE [...]
[. . . . . . . . . . . . . . .]
AVG . GER[' . . . . .]
PONTIF . MAX 102 J. C.
POT . VII . IMP . IV
AQVIS FLAVIS
MP . V
Dimensões:
Altura 1,08.
Diâmetro 0,60.
Letra 9cm
Este miliário encontrava-se distanciado bons 6 km a sul do alinhamento da via Braga a Chaves, por Serrasquinhos, o que levou Capela a pensar na hipótese de uma variante ou ramal.
Argote, Memórias, II, 604; C. I. L. II 4781. Eph. Ep. VIII nº 220; Capela, Miliários, pág. 116.
27 -Proveniente de VILARANDELO - Fragmento de coluna viária.
Da colecção do Dr. Adalberto Teixeira, foi adquirida pelo Dr. Júlio Gomes e depois oferecida ao Museu.
Estudou-a Mário Cardoso que, com reservas atribuiu o resto do texto, deste fragmento de marco miliário, aos tempos do imperador Flávio Dalmácio.
De acordo com as letras que ainda se podem ler na inscriação em anterior estudo, restitui o texto que antes me parece dedicado ao Imperador Flávio Severo - 305 - 307.
. . M . .
CAES..
FLAVI
V A L. . .
Imp. / / Caesar / / Flavio / / Valeria / / . . . . .
Dimensões:
Altura 0,48.
Diâmetro 0,32.
Letra 6 a 8cm
Mário Cardoso, Ins. Chaves, pág. 62; Russell Cortez. o Culto do Imperador, in Bracara Augusta.
( 1 ) - Mário Cardoso - Algumas inscrições Lusitano-Romanas da Região de Chaves, Chaves 1943. Neste estudo são referidas as lápides do Museu de Chaves sob os números em correspondência com as que referimos:
1: 3; 2: 6; 3: 2; 4: 4; 5: 1; 6: 5; 8: 7; 10: 18; 11: 11; 12: 6 - II; 13: 12; 14: 9; 15: 10; 16: 17; 17: 22; 18: 21; 20: 8; 21: 20;22:16-II; 23:13; 24:16; 25:14; 26:15; 27:13-II.