Viriatis, vol. IV, ano de 1960 (7/9)
RESERVAS DOS MUSEUS
por João Couto
De vez em quando a imprensa refere-se às riquezas conservadas nas arrecadações do Museu Nacional de Arte Antiga e do Museu Etnológico Dr. Leite de Vasconcelos e à necessidade de as distribuir por outros estabelecimentos análogos.
Vou referir-me apenas ao Museu Nacional de Arte Antiga. O problema é desconhecido daqueles que ao mesmo se referem e está, sobretudo, mal apresentado.
Em resultado da extinção das ordens religiosas, do ajuste de diferentes organismos a fins diversos daqueles para que foram criados, de compras, de legados, etc., reuniram-se nas arrecadações do Museu um certo número de espécies que ficaram ali a título de reserva.
No entanto esse número não é tão avultado como se supõe. Pode dizer-se que tudo que de primeira qualidade se guarda no Museu de Arte Antiga, está exposto ao público.
Desde 1911 o Museu tem cedido para museus, igrejas, palácios, embaixadas e instituições várias, centenas de objectos cujo registo acompanhado de documentos fotográficos se guarda nos nossos arquivos.
É certo que ainda se podem distribuir algumas espécies, (não muitas) e apenas de duas ou três especialidades. Mas, em nosso entender, essa distribuição só deverá recair nos organismos dependentes da Direcção-Geral do Ensino Superior e das Belas-Artes.
Por outro lado o Museu, devido ao intenso movimento de exposições temporárias que mantém, necessita de ter em reserva muitos objectos destinados à decoração das salas a este fim destinadas.
Ainda, como sucedeu na última exposição de Oeiras, o Museu organiza Exposições itinerantes que só poderão ser postas de pé com objectos não expostos, guardados nos depósitos.
Um aspecto do problema que pode encarar-se, consiste em efectuar trocas de obras de arte entre os Museus. Mas é um assunto de solução deveras delicada.
Ninguém pensou, em qualquer país do Mundo, organizar Museus à custa dos outros e com obras que tão dificil foi adquirir e conservar.
João Couto
por João Couto
De vez em quando a imprensa refere-se às riquezas conservadas nas arrecadações do Museu Nacional de Arte Antiga e do Museu Etnológico Dr. Leite de Vasconcelos e à necessidade de as distribuir por outros estabelecimentos análogos.
Vou referir-me apenas ao Museu Nacional de Arte Antiga. O problema é desconhecido daqueles que ao mesmo se referem e está, sobretudo, mal apresentado.
Em resultado da extinção das ordens religiosas, do ajuste de diferentes organismos a fins diversos daqueles para que foram criados, de compras, de legados, etc., reuniram-se nas arrecadações do Museu um certo número de espécies que ficaram ali a título de reserva.
No entanto esse número não é tão avultado como se supõe. Pode dizer-se que tudo que de primeira qualidade se guarda no Museu de Arte Antiga, está exposto ao público.
Desde 1911 o Museu tem cedido para museus, igrejas, palácios, embaixadas e instituições várias, centenas de objectos cujo registo acompanhado de documentos fotográficos se guarda nos nossos arquivos.
É certo que ainda se podem distribuir algumas espécies, (não muitas) e apenas de duas ou três especialidades. Mas, em nosso entender, essa distribuição só deverá recair nos organismos dependentes da Direcção-Geral do Ensino Superior e das Belas-Artes.
Por outro lado o Museu, devido ao intenso movimento de exposições temporárias que mantém, necessita de ter em reserva muitos objectos destinados à decoração das salas a este fim destinadas.
Ainda, como sucedeu na última exposição de Oeiras, o Museu organiza Exposições itinerantes que só poderão ser postas de pé com objectos não expostos, guardados nos depósitos.
Um aspecto do problema que pode encarar-se, consiste em efectuar trocas de obras de arte entre os Museus. Mas é um assunto de solução deveras delicada.
Ninguém pensou, em qualquer país do Mundo, organizar Museus à custa dos outros e com obras que tão dificil foi adquirir e conservar.
João Couto
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